Sobrevivência policial
O simples voluntariado para se tornar policial, proteger os cidadãos e servir à nação pode ser perigoso. E são muitas as responsabilidades e os riscos envolvidos nas tarefas policiais:
Acompanhamentos, perseguições automotivas, barreiras e abordagens veiculares; Atendimentos às ocorrências de distúrbios (discussões entre familiares, brigas em bares, conflitos no trânsito, saqueadores, pessoas armadas, trato com indivíduos mentalmente perturbados, pessoas com sofrimento emocional e disparos em vias públicas); Atividades em locais insalubres; Investigações de situações e pessoas suspeitas (arrombamentos, furtos e roubos em andamento); Operações de inteligência (infiltrações em ambientes hostis, vigilâncias, ações sob disfarce, trato com informantes); Patrulhamento de rotina; Preservação de patrimônios público e particular; Prisões e interrogatórios de criminosos; Segurança de autoridades; Supervisão de prisioneiros sob custódia, etc.
Além disso, muitos policiais são intencionalmente perseguidos, emboscados, torturados e executados simplesmente por causa de suas escolhas profissionais. Então soma-se outra missão, imprescindível e pessoal, que é PROTEGER A PRÓPRIA VIDA.
Não é preciso grande esforço para perceber que o trabalho policial continua sendo uma profissão de alto risco. Não existem explicações simples sobre as circunstâncias que envolvem as mortes de determinados policiais, enquanto outros escapam ilesos em situações semelhantes. A complexidade da mentalidade e da atividade criminosa dificulta um simples método de proteção policial.
Raros homens são capazes de deliberadamente escolherem uma profissão na qual a atividade diária está rodeada pela possibilidade de ser ferido gravemente ou morto. Esses homens, se não pela abnegação, sabem que não ficarão ricos nem serão reconhecidos pela sociedade e pelo Estado que decidiram proteger.
Por essas razões, e conhecendo os riscos e consequências das tarefas desempenhadas por centenas de milhares de policiais brasileiros, que informações relevantes para a sua salvaguarda foram reunidas e examinadas neste livro. Denominado SOBREVIVÊNCIA POLICIAL – MORRER NÃO FAZ PARTE DO PLANO, a obra traz informações capazes de persuadir o policial de que a aptidão para estar a salvo será temporária se não for cultivada por meio de ações diárias e eficazes. Um dos seus propósitos é elevar o nível de alerta e criar uma direção rumo à evolução do treinamento e do comportamento policial.
Entretanto os dados, as descobertas, teorias e princípios apresentados nesta obra de modo algum esgotam a aplicação ou o desenvolvimento de técnicas de segurança e comportamento policial, pois não há uma receita pronta capaz de ser aplicada com eficácia em todas as situações críticas que um policial pode vivenciar.
Assim, é provável que haja mais perguntas do que respostas. Mas isso é sempre positivo, pois quanto maior o debate e a importância dada ao assunto, maior a chance de haver alguma mudança que favoreça a segurança e o bem-estar do policial brasileiro.
Finalmente, o livro intercala as histórias de policiais que perderam o confronto de suas vidas, bem como as narrativas daqueles que sobreviveram. Desse modo, o leitor pode avaliar as ocorrências para determinar o que foi feito de errado e o que ele faria se estivesse no lugar dos colegas.
Boa leitura!