Segurança Pública: ética e cidadania
Desde os gregos, ética e cidadania acontecem na pólis (cidade). O justo é coisa da cidade e viver junto exige compromisso ético. Ser cidadão só é possível na cidade.
Os desafios para a vida conjunta, coletiva, são desafiadores. Os desejos humanos são infinitos, mas os recursos são escassos.
Esta perigosa dicotomia, sem adequada mediação, é uma marca que rasga o real em suas contradições. Sempre corremos o risco das crises, da falência do Estado, da guerra de todos contra todos, da espoliação do que é público.
A construção de uma sociedade envolve a busca continuada em pensar o problema da violência e do conflito.
Amamos a liberdade, mas, também amamos a segurança. Ora, como conciliar liberdade e segurança? Produzir cidadãos éticos e cuidar da segurança do que é público (segurança pública) são, talvez, os maiores desafios de uma nação.
Pensar a ética, sabendo que a violência sempre está presente e que ela faz parte de nós, pode contribuir para um tratamento científico e menos romântico dos nossos problemas.
A falta de planejamento, de método, de conhecimento, não perdoa, e não é sem razão que a explosão da violência e da corrupção assola o nosso país. É preciso envolver o âmbito repressivo com a educação.
Os órgãos de segurança pública, isolados, solitários, são incapazes de mudar o real, até porque em sociedade ninguém faz nada sozinho. A administração da ordem, através do monopólio da força, responsabilidade do estado, pode nos deixar a sensação de que não somos responsáveis pelos problemas que estão aí.
Mas, infelizmente, temos nossa parcela de culpa. Como diria o filósofo Hegel: a culpa é do todo.
Cuidar do que é público, do que é comum, é dever de todos.