Quem vence?

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Por que razão Estados com imenso poderio militar, com frequência, se mostram incapazes de alcançar os próprios objetivos quando empregam a força contra adversários mais fracos? Argumentam os acadêmicos que o fraco poderá triunfar frente ao forte, quando este tem muito a perder, demonstrando assim mais determinação, ou ainda, que os Estados mais fortes simplesmente fracassam quando escolhem a estratégia militar inadequada. Entretanto, a determinação nem sempre evita a derrota, e as estratégias podem ser eficientemente adaptadas no decorrer de um conflito. Em Quem deve vencer? Prevendo o sucesso e o fracasso estratégico nos conflitos armados, Patricia L. Sullivan adota a definição de Clausewitz sobre a guerra como a política “por outros meios”. Assim, a chave para entender o sucesso da estratégia na guerra encontra-se na natureza dos objetivos políticos que os Estados buscam por meio do emprego da força militar.

Assim, a autora prevê que os Estados militarmente fortes são mais propensos a serem bem-sucedidos quando se engajam em tentativas diretas de conquistar territórios ou derrubar regimes estrangeiros. Contudo, esses mesmos Estados correm o maior risco de fracassarem quando empregam a força para coagir adversários mais fracos a mudarem políticas domésticas ou estrangeiras inadequadas. Sullivan testa suas previsões empiricamente com base no registro histórico, analisando sistematicamente os conflitos armados desde o final da Primeira Guerra Mundial até a atualidade. A tipologia que ela desenvolve ampliará nossa habilidade de prever os resultados dos conflitos assimétricos e em consequência desencorajará o início de guerras invencíveis.