Forjando a Espada – Evolução da Doutrina do Exército dos Estados Unidos
Por serem burocracias consolidadas é razoável que as organizações militares sejam refratárias à reforma e que favoreçam apenas ajustes limitados e graduais. Ainda assim, desde 1945, o Exército dos Estados Unidos reviu o próprio manual de doutrina e operações por 14 vezes. Embora algumas modificações tenham sido complementares, no conjunto elas refletem uma significativa evolução na maneira como o Exército desse país aborda a questão da guerra, tornando o exército um caso único e importante de um poder terrestre moderno que se mostra capaz de renovação. E o que justifica essa exceção? Que processos institucionais foram desenvolvidos ao longo do tempo por oficiais profissionais para escaparem da gaiola de ferro das burocracias?
Este livro nos apresenta um processo histórico-comparativo sobre a reforma doutrinária do Exército dos Estados Unidos. Os pontos abordados sugerem que existem facilitadores institucionais não explicados em meio às organizações militares. Assim, o autor preconiza que para que haja transformações nas organizações militares são necessárias incubadoras, subunidades estabelecidas fora da hierarquia burocrática normal, além de redes de defesa apoiando novos conceitos. Essas incubadoras vão desde grupos de estudos especiais a exercícios de campo e jogos de guerra que fornecem um espaço seguro para a experimentação e a construção de novos conceitos operacionais. Essas redes de defesa passam então a conectar diferentes componentes e a injetá-los de conceitos desenvolvidos pelas incubadoras. Essa inserção elabora mudanças que de outra forma seriam rejeitadas pelas elites como uma narrativa contagiosa.